
Mídias
Radionovela A Cartomante
A Cartomante: dos livros para a rádio. Confira os episódios da trama!
Episódio 1
Episódio 2
Dramatizações
A mineira calada
Das crônicas para a dramatização: Clarice e Aninha ganham vida! Venha conferir!
Perfil do campeão
Inspirado no irreverente Nelson, O Relicário revolucionou "Perfil do campeão", dramatizando o futebol feminino.
FOTOENSAIO
Veja aqui as fotos da exposição fotográfica "Receita de Mulher" que O Relicário organizou no Intercom Sudeste 2015 na Universidade Federal de Uberlândia.
Lista no buzzfeed
Gosta de futebol, Nelsinho ou simplesmente de uma boa história? Veja a lista de fotos e trechos inspirada em "Perfil do campeão". A crônica de Nelson sobre Martim Francisco, um técnico novo e que revolucionou o futebol, reúne um pouco de tudo isso.
Clique aqui ou na imagem e aproveite!
AUDIOCAST
Para estrear a série de audiocasts d'O Relicário, uma história de amor escrita por Vinicius. Venha ouvir "A saga de Orfeu"!
Você conhece o laço poético entre Vinicius e Brasília? Saiba mais no audiocast "A sinfonia que não aconteceu".
O último audiocast d'O Relicário sobre Vinicius aborda sua última obra, "Poesia e música pensadas para as crianças". Venha ouvir o "poetinha das crianças"!
MúsicA
Confira a versão da música "Apelo", de Vinicius de Moraes, tocada na guitarra por Vinícius Colli de Oliveira e enviada especialmente para O Relicário. Compartilhe você também a sua interpretação de alguma música do Vini.
Carta
Dona Clarice,
Não me comunico com a senhora já há muito tempo, desde que me pagaste incrivelmente o mês todo quando ainda trabalhava na sua casa. Ainda se lembra da mineira calada, de voz abafada de além-túmulo? Espero que sim. Há cerca de duas horas, estou tentando escrever essa carta. Hoje, amanheceu frio aqui e me lembrei do calor dos sorrisos das crianças. Eram adocicados, verdadeiras doçuras de Deus. Sinto a ausência deles. E da senhora também, claro. Como os meninos estão? Meninos no modo de dizer. Já estão crescidos, imagino eu. A senhora continua escrevendo ou eles lhe roubaram o tempo? Espero que continue. Escrever ajuda a alma.
Lembro-me de que me prometeste um livro seu. Não cumpriste, mas, há pouco, pude ler uma obra da senhora. Uma tal de A Paixão Segundo G. H. Confesso que achei complicado, exatamente como eu gosto. Nada pueril. Água com açúcar nunca é o suficiente. Não faz meu perfil. Sua escrita é única, dona Clarice. Isso me faz admirar ainda mais a senhora. É dessas complicações que a vida precisa. Senão, qual seria a graça?
Quero adiantar, aqui, como tenho passado. Sinto que não estou curada completamente, mas não tenho dor. Permaneço doce, mas com momentos de lucidez alternados, ainda que raramente. Não se preocupe, devo continuar no regime e com os remédios para que eu fique boa. Dona Clarice, não apareci em nenhum programa de televisão que arranjasse casamento, é verdade, mas conheci alguém que gosta de mim. Meu segundo namorado. Estou feliz. A senhora vivia insistindo para que eu namorasse de novo...
Estou com saudades. Que é que você acha sinceramente de eu ir passar um tempo com você? Eu posso conseguir uma folga do trabalho no hospital. Dê um abraço nos meninos. Espero ansiosamente sua resposta. Ficarei imensamente alegre se a senhora disser quer eu posso ir. Talvez, mesmo sem a senhora dizer, eu vá. Acho que é a solução para esta saudade.
Um grande beijo daquela que sempre continuará aparecendo,
Aninha.